O SEXAGENÁRIO VOADOR
Canindé de São Francisco/SE - Marcos Aragão começou a saltar de paraquedas quando tinha 17 anos, e precisou de autorização paterna para iniciar-se no esporte que, no começo da década dos 70 nem existia em Sergipe e sua prática era pouco difundida no país.
Luiz Eduardo Costa
Em João Pessoa, todavia, funcionava um clube de salto livre que era o único do nordeste. O Aeroclube de Aracaju entrou em contato com os paraquedistas paraibanos e conseguiu que Aragão e um outro jovem que também queria saltar, Bira, para lá viajassem e fizessem o curso. Voltaram os dois com o curso concluído, e o Aeroculube convidou os saltadores paraibanos para virem fazer uma demonstração em Aracaju. Durante o show aéreo houve alguns incidentes, e uma jovem loira paraquedista errou o alvo, e enfiou-se pelo telhado de uma casa. Aragão, começando o curso de Educação Física e administrando uma academia de fisioculturismo, esqueceu-se por algum tempo do paraquedismo, e a ele só retornou depois de alguns anos. Hoje, aos 60 anos, contabiliza quase 1 500 saltos, o que está bem longe de um recorde, mas é uma cifra expressiva.
Ao tornar-se sexagenário, resolveu tentar bater um recorde. Organizou uma equipe, convidou para vir acompanhar de perto a tentativa o homem pássaro, Sabiá, recordista de desafios radicais, com m ais de 10 mil saltos, normais, e também anormais.
Das 5.30 da manhã, ás 15, 30 contando com uma eficiente equipe de terra e tendo como lançador o comandante Léo, saltou sem parar , repetidamente, 60 vezes. É o recorde nordestino. Depois da façanha, no hangar do Aeroclube , apagando as velinhas de um bolo azul, imitando uma pílula de Viagra, Aragão ouviu de um amigo que desdenhava do seu feito: ¨Recorde espantoso seria um sexagenário, mesmo com a azulzinha, fazer sexo 6 vezes, em um só dia¨.
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