QUAL A TEMPESTADE QUE O PAPA ENFRENTOU?
Canindé de São Francisco/SE - Bento XVI teria se valido de um recurso linguístico, para, comedidamente, denunciar ou advertir?
Na sua derradeira audiência pública, diante de uma multidão, piedosamente contrita, Bento XVI usou uma metáfora que poderá ser interpretada como sibilina, cheia de sutis insinuações, ou discreto mistério, como convém ao ocupante de um posto que sempre enriqueceu as mais diversas profecias, inclusive aquelas escatológicas, que marcaram a Idade Média, onde os temores sobre o iminente fim dos tempos e a hora do juízo final, dominavam as pessoas que se refugiavam na oração e nas penitencias. Bento XVI teria se valido de um recurso linguístico, para, comedidamente, denunciar ou advertir?
O cardeal conservador, preso à ortodoxia da fé e dos seus dogmas, o pensador que traçou para a Igreja Católica Apostólica Romana rumos de uma inflexibilidade que o levaram a excomungar o brasileiro Frei Boff, adepto e propagador da ¨teologia da libertação ¨, deve ter sofrido um choque doloroso ao constatar coisas muito mais graves do que os desvios de conduta ideológicos, aquelas derrapagens de natureza moral que impactam contra os muros do Vaticano, simbólica fortaleza, onde se guardaria a pureza da fé.
Não existe a pureza, entendida como candura da bondade e da ética, quase uma ascese, sobrepairando todos os demais interesses e sentimentos humanos, quando se trata com o caixa de um banco, com as transações financeiras requerendo a participação de especialistas, os alquimistas do dinheiro.
A alquimia praticada, exige dos alquimistas que sejam, por natureza e por dever de ofício, ímpios, apátridas, iconoclastas e imorais.
Os muros do Vaticano, onde ressoam ecos de cantos gregorianos, jamais foram blindagens contra as tentações do mundo. Elas chegam, sempre mais impetuosas, vencendo as resistências. Dizia Oscar Wilde que ceder às tentações é a melhor maneira de enfrentá-las. As seduções do ¨pecado ¨ aparecem com a intensidade da música de um Richard Wagner , compatriota do Cardeal Ratzinger, o inverso da suavidade apascentadora do Oratório de Páscoa, de outro alemão, Sebastian Bach . As cantatas, os oratórios, missas e réquiens, de Johann Sebastian, deveriam ser um permanente e adequado fundo musical pairando sobre o minúsculo, todavia poderoso, Estado clerical. Mas a realidade é outra, e depois de 8 anos, o rígido alemão, ao que parece, sentiu-se impotente. Deve ter ouvido, nesse seu tempo de pontificado difícil, algo mais parecido com a impetuosidade sinfônica, quase hino guerreiro, da Cavalgada das Valquírias, do supracitado Richard, que tanto encantava Adolf Hitler. Nos austeros aposentos do Vaticano, envelhecidos cardeais, que ali residem há muito tempo, travam um duelo, um vale tudo pelo poder, disfarçado em formalidades canônicas.
O mar revolto e os ventos fortes que o pontífice germânico revelou ter encontrado, simbolizam a tempestade de interesses envolvidos numa interminável disputa. O resto, o que agravou as suas decepções, não passaria de algo que ele, há muito tempo, deve ter constatado, e que permanecerá, como ferida exposta, caso o novo Papa não a enfrente: A hipocrisia da castidade. A antinatural repressão ao sexo, que é parte indissociável e enriquecedora da vida. E a vida costuma explodir, rompendo as cadeias do sacrifício imposto. Há vezes em que a explosão acontece sob a forma de uma criminosa perversão: a pedofilia.
eu fico enojado só de ouvir fala dessa criatura (ao papa), a qual eu considero o maior canalha do mundo!
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