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sábado, 12 de janeiro de 2013

OS SEGREDOS QUE CERCAM OS COFRES PÚBLICOS

Canindé de São Francisco/SEÉ procedimento que faz parte indispensável dos nossos costumes políticos. Quem é eleito para um cargo executivo, ao assumir, ou mesmo antes, começa a descobrir mazelas na administração anterior. Quem chega, as vezes até como aliado, não admite que exista saldo nos cofres. 
Luiz Eduardo Costa
Jornalista
Restos a pagar, são sempre vistos como prova de descontrole e desmandos financeiros. A velha tradição permanece, e deverá ser mantida pelos anos que virão, como reflexo, principalmente, daquele clima de mistério e quase misticismo que cercam os cofres, (ou seriam arcanos? ) do poder público. 

Parece ser dogmática tarefa de todos os gestores diretos desses cofres, a construção de uma espessa cortina a encobrir receitas e despesas. Todo secretário da fazenda lida com insuperáveis dificuldades, sempre a receita está caindo, nunca existe dinheiro suficiente para atender às necessidades, e todos atribuem a si mesmos a qualidade de mágicos das finanças, sempre capazes de retirar leite de pedra, exatamente naqueles instantes em que se desenha, pela frente, a impossibilidade de manter em dia o pagamento dos servidores. 

Apesar de todas as anunciadas e decantadas transparências, da disponibilidade dos dados que podem ser facilmente acessados pela Internet, nunca se desfaz o clima de mistério, que suscita dúvidas e estimula sempre os recém chegados a fazerem queixas e até muitas acusações. 

Não foi diferente agora com a chegada de João Alves à Prefeitura de Aracaju, como não foi diferente antes, nos momentos em que ele começava ou encerrava os seus mandatos. O secretário da comunicação, Carlos Batalha, que tem sido sempre um competentíssimo marqueteiro bem próximo ao seu líder, fora ou dentro do poder, anunciava , até antes da posse, a existência de um nunca suspeitado rombo financeiro na Prefeitura. A vereadora Lucimara Passos já saiu em defesa do ex-prefeito Edvaldo Nogueira, mostrando o que , para ela, é um quadro bem diferente daquele pintado por Batalha, e corroborado pelo novo Secretário de Finanças da Prefeitura, Nílson Lima, que repete, agora, quase literalmente, a mesmas cantilenas com os quais recheou as acusações feitas a João Alves, no instante em que ele deixava o governo do estado sendo sucedido por Marcelo Déda, de quem Nílson Lima era também entusiasmado gestor das finanças, a desenhar ¨o imenso rombo¨, deixando por nem mais nem menos do que o prefeito a quem ele hoje tão lealmente serve, e a quem acusou de ter sido ¨ gestor irresponsável dos recursos públicos.¨

Tudo isso seria evitado, se fosse cumprida ao pé da letra a legislação que manda tornar publica, transparentemente, todas as contas dos governos, uma coisa que nenhum Secretário da fazenda parece aceitar. Não haveria sempre essa desnecessária e desgastante polemica, essa troca pouco civilizada de tantas acusações, nem um secretário assim, como Nilson Lima, a transitar de um lado para outro, daria motivo aqueles que apreciam a ópera, seja ela bufa, ou não, para cantarolar enquanto o escutam, hoje : ¨La donna é mobile, qual piuma al vento¨ sátira, ou versejamento iâmbico de Verdi, sobre a volubilidade das mulheres. É que, a suposta e injusta volubilidade que o famoso compositor tão preconceituosamente enxergava nas mulheres, tornou-se, agora, o mais evidente sentimento entre alguns protagonistas da cena política, independentemente de sexo.

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